Autores: Amanda Roseane Farias do Nascimento, Ramon Weyler Duarte Leopoldino, Marco Edoardo Tavares dos Santos, Tatiana Xavier da Costa, Rand Randall Martins.
RESUMO
Objetivo: Determinar a frequência e a natureza dos problemas relacionados a medicamentos (PRMs) em neonatos cardiopatas internados em uma unidade de terapia intensiva. Métodos: Trata-se de um estudo transversal prospectivo desenvolvido na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de uma maternidade de ensino do Brasil, de janeiro de 2014 a dezembro de 2016. Todos os neonatos diagnosticados com alguma doença cardíaca (cardiopatias congênitas, cardiomiopatias, arritmias etc.) e internados na UTIN por período superior a 24 horas, com pelo menos um medicamento prescrito, foram incluídos no estudo. Dados demográficos e clínicos foram coletados a partir dos registros do serviço de farmácia clínica da instituição. Os PRMs e suas respectivas intervenções foram revisadas e classificadas independentemente por dois farmacêuticos. A classificação dos PRMs foi realizada por meio do sistema Pharmaceutical Care Network Europe versão 6.2. Resultados: Cento e vinte e dois neonatos foram incluídos no estudo. A frequência de neonatos expostos a PRM foi de 76,4% (intervalo de confiança de 95% [IC95%] 65,9–82,0), com média de 3,2±3,8 casos por paciente. Ao todo, 390 PRM foram identificados, sendo que 49,0% estiveram relacionados à “efetividade do tratamento”, 46,7% a “reações adversas” e 1,0% a “custos do tratamento”. Os medicamentos mais envolvidos em PRM foram: vancomicina (10,2%; n=46), meropenem (8,0%; n=36) e furosemida (7,1%; n=32). Os farmacêuticos realizaram 331 intervenções, sendo 92,1% aceitas por médicos e enfermeiros. Conclusões: O estudo mostrou que PRMs são muito frequentes em pacientes cardiopatas internados em UTIN, predominando problemas relacionados à efetividade e segurança do tratamento medicamentoso.
Palavras-chave: Efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentos; Erros de medicação; Recém-nascido; Cardiopatias